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Nos últimos anos
são cada vez mais frequentes as histórias de crianças que, apesar da sua tenra
idade, manifestam comportamentos considerados desajustados e explosivos, ou
seja, as chamadas perturbações de oposição e perturbações do comportamento.
Estas perturbações incluem um padrão persistente de dificuldade em aceitar regras, comportamentos de auto e heteroagressividade (sobretudo após situações em que lhes é negada alguma coisa), ou comportamentos anti-sociais de gravidade variável (roubos, mentiras, fugas, destruição de propriedade, nomeadamente dos seus brinquedos ou dos bens de outras pessoas). Na maior parte das vezes a queixa configura-se pela ausência de aproveitamento escolar e/ou pela exaustão sentida pelos pais e outros adultos que já não sabem que mais podem fazer.
Estas perturbações incluem um padrão persistente de dificuldade em aceitar regras, comportamentos de auto e heteroagressividade (sobretudo após situações em que lhes é negada alguma coisa), ou comportamentos anti-sociais de gravidade variável (roubos, mentiras, fugas, destruição de propriedade, nomeadamente dos seus brinquedos ou dos bens de outras pessoas). Na maior parte das vezes a queixa configura-se pela ausência de aproveitamento escolar e/ou pela exaustão sentida pelos pais e outros adultos que já não sabem que mais podem fazer.
Estas
perturbações são mais frequentes no sexo masculino, representando cerca de 5%
dos rapazes em idade escolar, embora cada vez mais surjam pedidos relativos a
raparigas.
Como surgem estas
perturbações de oposição e comportamento?
Como facilmente poderemos depreender, está na base destes problemas a ineficácia das regras e dos limites estabelecidos. Nas narrativas familiares encontramos muitas vezes a alternância aleatória entre rigidez excessiva e ausência de controlo/limites, ou seja, não existe consistência no estabelecimento de regras e de consequências comportamentais, sendo que podemos encontrar castigos severos para comportamentos menores e ausência de consequência para comportamentos mais graves.
Como facilmente poderemos depreender, está na base destes problemas a ineficácia das regras e dos limites estabelecidos. Nas narrativas familiares encontramos muitas vezes a alternância aleatória entre rigidez excessiva e ausência de controlo/limites, ou seja, não existe consistência no estabelecimento de regras e de consequências comportamentais, sendo que podemos encontrar castigos severos para comportamentos menores e ausência de consequência para comportamentos mais graves.
Mas
desenganemo-nos se achamos que estas situações são apenas comportamentais! A
verdade é que é comum encontrarmos crianças com temperamento mais difícil, bem
como outras vulnerabilidades somáticas na criança, nomeadamente através da
existência de quadros como a epilepsia ou algumas lesões cerebrais.
Na maior parte
das vezes estes quadros associam-se com as chamadas dificuldades de
aprendizagem, sendo estas o principal sinal de alerta!
Nestes quadros a intervenção é sobretudo comportamental e deverá ser articulada com todos os
agentes que atuam junto da criança: pais, escola e outros agentes
significativos! Torna-se, portanto, fundamental motivar toda a família para a
verdadeira mudança!
Um dos primeiros passos a fazer consiste na psicoeducação sobre as consequências para o comportamento, quer positivo quer negativo. Ou seja, há que desaconselhar as punições físicas, sublinhar a importância da coerência de regras/atitudes, impedir benefícios secundários com o sintoma (já pensaram como as crianças querem a nossa atenção e nós damos-lhes essa atenção quando se comportam mal?) e fomentar outras formas de expressão da agressividade.
Um dos primeiros passos a fazer consiste na psicoeducação sobre as consequências para o comportamento, quer positivo quer negativo. Ou seja, há que desaconselhar as punições físicas, sublinhar a importância da coerência de regras/atitudes, impedir benefícios secundários com o sintoma (já pensaram como as crianças querem a nossa atenção e nós damos-lhes essa atenção quando se comportam mal?) e fomentar outras formas de expressão da agressividade.
Para além disso,
deverá ser realizado um trabalho de articulação com a escola: planear
intervenções ao nível da escola que facilitem a integração no grupo de pares e
o investimento de atividades lúdicas/desportivas.
Apesar de os pais
nos chegarem muitas vezes exaustos e desmotivados com estas situações, a
verdade é que uma intervenção consistente e regrada tem muitas vezes um impacto
muito positivo e eficaz no comportamento das crianças! E como não poderia
deixar de ser, rapidamente passam da zanga e desilusão ao orgulho pelo
crescimento notório que os seus filhos têm em cada comportamento diferente!
Vamos lá
orgulhar-nos dos nossos pestinhas?
Natália Antunes
PsicólogaClínica
Oficina de
Psicologia
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