sexta-feira, 12 de junho de 2015

CONSULTÓRIO: Quando o filho nasce, não nasce sozinho Nascem novas formas de relação

Foto Pinterest
Para que o ajustamento e a adaptação à chegada de um novo elemento à família sejam vividos da forma mais positiva possível, deixamos algumas sugestões:

- Faça uma lista das coisas que o seu filho precisa e tenha-as sempre em casa em número suficiente. De entre todas as necessidades de um recém-nascido que não consegue controlar, esta está sob o seu controlo.

- Tente descansar o máximo possível. Dormir oito horas sem interrupções será impossível nos primeiros meses de vida do bebé, mas tente dormir quando conseguir. Aproveite as sestas do seu filho para fazer também uma sesta. Se está a amamentar, considere retirar leite para poder passar uma noite inteira a dormir e delegar a tarefa no pai.

- Procure descodificar os diferentes choros do seu bebé, para responder mais eficazmente quando ele chora. Ao responder de forma mais rápida e certeira às necessidades dele, ambos sentir-se-ão muito mais felizes. Pode criar um registo dos momentos em que o bebé chora e por que motivo chorou (fome, sono, fralda suja…) para encontrar um padrão de choro.

- Partilhe o máximo possível de tarefas. Tal como todos os outros temas, também este deve ser conversado e alvo de negociação o mais cedo possível antes da chegada do bebé. A partilha de tarefas favorece a satisfação com o companheiro e com a própria relação de casal.

- Fomente o suporte extra família nuclear (família alargada e amigos). De entre as pessoas próximas e em quem confia, encontre quem possa desempenhar a função de babysitter. Muitos casais experimentam sentimentos de culpa quando saem pelas primeiras vezes e deixam o bebé em casa, como se o tivessem abandonado. Se o filho ficar aos cuidados de alguém próximo, estes sentimentos podem ser atenuados.

- Crie ou mantenha hobbies e encontre o seu tempo. Sem prejuízo da importância da vivência em casal e a três, o tempo individual, para o “agora pai” e a “agora mãe” se dedicarem a si e a atividades prazerosas, são imprescindíveis. Com uma ressalva: mesmo que seja para ler ou ouvir música, faça por passar este tempo fora de casa. Se ficar, será capaz de não ir ter com o seu filho se o ouvir chorar ou chamar por si?

- Em simultâneo, não deixe de alimentar o "nós". Com os novos papéis e as novas prioridades que surgem, a atenção de cada elemento do casal passa a centrar-se mais no bebé e, muitas vezes, deixa de haver um momento “só” para olhar para o outro. Mantenha tempo a dois! Seja um passeio de vinte minutos, uma saída para jantar, ir ao cinema ou mesmo um fim-de-semana romântico a dois. Não deixe de namorar e de alimentar o espaço do casal, preservando a intimidade e aquilo que é só vosso.

- Distribua a atenção. Não a foque de forma excessiva e exclusiva no bebé, sob pena de o seu marido/mulher se poder sentir posto de parte. Não se concentre apenas em ser bom pai ou boa mãe, mas também em ser competente no papel de marido e mulher. Acredite que é possível sentir-se igualmente competente no desempenho dos dois papéis.

- Favoreça a comunicação, compreensão, demonstração de amor, sentido de compromisso e mostre preocupação com o seu parceiro. Todas estas dimensões contribuem positivamente para a intimidade do casal e, por inerência, para a satisfação com a vida sexual. Não se esqueça da importância desta última.

- Reinvente permanentemente a relação de casal, apelando à sua criatividade.

Rita Fonseca de Castro
Psicóloga Clínica

Oficina de Psicologia

2 comentários:

  1. Não podia concordar mais... soutambém psicóloga e recomendo tanto algo assim. No entanto há algumas pessoas que continuam a desconsiderar e desvalorizar o tempo dedicado ao nós e mais tarde ou mais cedo há problemas na relação.

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