(texto escrito por Fátima Montenegro – farmacêutica e mentora do projeto Passitos)
Está chegada a altura do pingo no nariz!
Espirros e tossidelas acompanham quase todo o Inverno dos pequenitos. Mas é importante
distinguir se é uma patologia apenas a nível do tracto respiratório superior ou
se é algo mais grave, como uma bronquiolite.
Prevenção.
O melhor remédio!
O melhor a fazer é prevenir. Há uma série de
cuidados no seu dia-a-dia que não deve descurar:
- Não
lave o cabelo da criança todos os dias e quando o fizer certifique-se que no
final o seca muito bem. Com o secador de cabelo a uma temperatura tolerável,
seque também os ouvidos. Desta forma, evitará muitas otites. Isto também é
válido para idas à piscina.
- A tolerância ao frio de um adulto e de uma
criança é diferente. Tenha sempre um gorro ou um casaco de capuz e luvas a
postos, para utilizar se necessário.
- Certifique-se que o seu filho anda bem
alimentado. Isto é, que tem uma alimentação rica e variada, especialmente à
base de fruta fresca, legumes (sopa) e carne. É importante para o correto
funcionamento do sistema imunitário.
- Evite a permanência prolongada em espaços
fechados e com muita gente. Um ambiente saturado propicia a disseminação de bactérias
e vírus pelo ar.
- Vigie a temperatura e a humidade do quarto
da criança (21/22ºC e 50/60% humid). Desta forma, torna o ar mais respirável.
- Existem vacinas orais que funcionam como
preventivos para as constipações ou, caso não as evitem totalmente, pelo menos
amenizam a sua própria gravidade. Informe-se com o seu pediatra acerca de qual
será mais adequada para o seu filho.
Caso o seu filho tenha alguma doença
associada, como asma, por exemplo, deve ter em conta as indicações específicas
para o caso dele.
Ranhocas.
O que fazer?
Se as secreções do seu filho são
transparentes ou brancas claras, não há motivo para grande alarido. Mas se
forem com cor e/ou cheiro, é porque têm alguma bactéria ou vírus associada.
Se ele já tiver idade suficiente, deve
incentivá-lo a assoar-se com frequência. Recomende o uso de lenços de papel,
que devem ser descartados após cada utilização.
Se a criança for muito pequenina terá de lhe
dar uma ajuda. Aí vem algo que eles não gostam nada, mas que até traz um grande
alívio: o aspirador nasal. Comece por humedecer as cavidades nasais
(soro, água do mar ou água do mar hipertónica). Introduza o aspirador nasal no
nariz da criança e comece a aspirar. Os movimentos devem ser firmes e rápidos,
mas com cuidado para não provocar lesões.
De acordo com a idade da criança, pode
recorrer também a gotas descongestionantes nasais, bálsamos peitorais ou mesmo
xaropes anti-histaminicos. Mais uma vez, deve aconselhar-se com o seu médico ou
farmacêutico.
Dependendo da opinião médica, o nebulizador
pode ou não ser utilizado. Nebulização só com soro fisiológico ou com alguma
outra solução prescrita.
"Mamã,
dói-me a garganta!"
Através de observação direta verifique se
está inchada, vermelha ou com pontinhos brancos. Se sim, recorra a um médico.
Se for somente uma simples dor pode recorrer a pastilhas, sprays ou xaropes,
sempre de acordo com a idade da criança e com supervisão de um médico ou
farmacêutico. Opte por amornar a água que lhe dá de beber. É uma boa oportunidade
para o habituar a chás. NUNCA dê mel antes dos 3 anos de idade!
Preparar
o quarto de dormir
Como já foi dito, deve controlar a
temperatura e humidade do quarto. Opte por levantar a cabeceira da cama, por
exemplo, pondo uma toalha dobrada debaixo do colchão, de modo a elevá-lo um
pouco na zona da cabeça. Desta forma, vai permitir que seja mais fácil respirar
durante o sono.
Prefira cobertores e mantas em vez de
edredons e não deixe peluches pela cama.
Cinesioterapia
respiratória
É uma técnica efectuada por fisioterapeutas
que ajuda o seu filho a expulsar as secreções. Por vezes, uma só sessão é
suficiente. Outras vezes são necessárias várias intervenções.
Se os sintomas forem acompanhados de febre deve consultar
o pediatra.
Fátima Montenegro – Farmacêutica e mentora do projeto Passitos
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