segunda-feira, 3 de março de 2014

Uma missão de solidariedade - Desde quando os mais novos poderão começar a ser solidários?

(texto escrito pela psicóloga  Rita Castanheira Alves)
Foto: squigglemum.com

O seu filho, sim, o mais pequenino de todos, já solidário? Quer ajudar, quer dar uma esmola a um pobre, quer ajudar um idoso, quer ajudá-la a pôr a mesa ou fazer-lhe festinhas porque está cansada?
A solidariedade é um valor de extrema importância para a relação com os pares e para o desenvolvimento do seu filho. Olhar para o outro, não ser indiferente ao que está ao nosso lado, compreender que podemos ajudar e ser ajudados, são competências que poderão ser desenvolvidas desde muito cedo e que se revelam essenciais para o êxito e futuro dos seus filhos.
Ao desenvolver o sentido de solidariedade nos seus filhos, e em si próprio, incute-lhes imensas emoções positivas, um bem-estar único e um sentimento de missão cumprida. Os seus filhos sentir-se-ão mais confiantes, capazes, o que contribui para o desenvolvimento da sua autoestima, essencial e transversal a todos os desafios da vida.
Por outro lado, desenvolve as suas competências sociais, pela interacção com os outros, e ajuda-os a viver em conjunto com quem nos rodeia e em relação. São competências essenciais para o futuro, já que o seu filho irá sempre relacionar-se com pessoas diferentes e de diversas culturas, posições e contextos. Os mais novos poderão aprender desde cedo como se ganha quando se é solidário e como se dá algo a ganhar à pessoa com quem fomos solidários.

E como poderá ser ele um pequeno solidário?
Fácil e divertido.
Construam em casa um conjunto de missões de solidariedade. Que tipo de missões? Todas as que possam imaginar, desde que a base seja ser solidário: ajudar uma vizinha com as compras, abrir a porta a um vizinho e deixá-lo passar primeiro, dar uma esmola a um pobre, ajudar um irmão a arrumar o quarto, contribuir com brinquedos para instituições que necessitem... É só olharem à volta e o que não faltarão são missões de solidariedade. Devem ter o cuidado de todas elas serem acessíveis ao seu filho.
Depois de construir um quadro de missões, criem um desafio em casa, em que todos tentarão, em cada semana, cumprir uma das missões estabelecidas. Ao fim da semana, a família junta-se e cada elemento conta qual foi a sua missão, o que correu bem, o que correu menos bem e o que aprendeu e sentiu com a missão. Não só aprenderá com a sua missão, como com as dos outros elementos da família.
O cumprimento de um conjunto de missões poderá dar direito a um prémio, de preferência que fomente um bom momento social entre a família (uma ida ao parque, um piquenique, uma ida a uma exposição...). O prémio deverá ser cumprido na data combinada.
É uma atividade sem custos, fácil e rápida, que fomenta nos mais novos (e até nos crescidos) o sentido de solidariedade. Em simultâneo, promove também a interacção entre os elementos da família, criando bons momentos familiares que, certamente, serão um dia mais tarde recordados pelos seus filhos com muito carinho e orgulho.
Que tal começarem hoje? Ser solidário não tem de ter data marcada!



Rita Castanheira Alves, 
Coordenadora da área infanto-juvenil e familiar da Oficina de Psicologia

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