<3 |
Já o tinha feito antes com o meu tio, fi-lo com o meu avô materno e fi-lo hoje quando soube do Rodrigo. Poderá soar a egoísta, mas... eu sei que ninguém lida bem com a morte, mas no meu caso vai além do lidar mal. Eu fico transtornada de uma maneira tal que sinto que a minha cabeça pode explodir a qualquer momento. Literalmente. Não sei explicar. Não consigo pôr em palavras. Psicologicamente sinto aquilo que acho que os loucos devem sentir muitas vezes. Com a cabeça cheia de pensamentos e ao mesmo tempo oca. Estranho?! Pois...
E porque é que, sendo assim, estou a escrever este post? Porque desta vez a revolta é maior do que o "não saber lidar com...". Porque desta vez a revolta e a pergunta "porquê?" não me permitiram recalcar por mais tempo esta dura e triste realidade.
Já aqui o disse que escrever é uma terapia para mim e não sei se foi o cair da noite, o sentar-me no sofá e "parar", não sei. Desta vez não dá! É que não entendo!!! Eu acredito em Deus e, por isso, que Deus me perdoe pelo que vou dizer a seguir, mas como é que Ele deixou que uma coisa destas acontecesse? Pessoalmente, sinto-me muito abençoada e, mais uma vez, que Deus me perdoe por pensar assim, mas... milhares de pessoas rezaram pelo Rodrigo! Milhares de pessoas mostraram o que de mais humano há no ser humano! Isso não devia valer alguma coisa? Como é que no meio de tanta gente dadora não se encontrou ninguém compatível? Como é que uma mãe sobrevive a uma coisa destas? Como é que se deixa que uma mãe e um pai passem por isto?
Mesmo que não se queira e se tente desviar o pensamento, é inevitável que uma situação destas nos deixe a pensar o pior. "E se..." é o pensamento com o qual é mais difícil de lidar e acho que este sim, vou continuar a querer recalcar... É daquele tipo de pensamentos que enchutamos com força das nossas cabeças, porque o "simples" facto de lidar com ele já nos é INSUPORTÁVEL!
Não me conformo! Que não somos nada nesta vida já o sabemos e, mesmo quando nos esquecemos disso, temos estes " baques" na vida a lembrá-lo. Que temos de viver intensamente e aproveitar cada momento, também nos dizem muitas vezes, mas nenhuma teoria, ensinamento ou religião nos prepara para isto!
Uma coisa é certa, o Rodrigo, com os seus 3 aninhos, inspirou milhares de pessoas com a sua força e, graças a ele, foram muitas as pessoas que despertaram para a necessidade de todos nós nos inscrevermos como dadores de medula. Eu fui uma dessas pessoas... é irónico, e cruamente doce, a ideia de que graças ao Rodrigo outras pessoas poderão ser salvas! Poderão sobreviver!
Agora só me apetece ir acordar o Gonçalo e abraçá-lo. E ficar assim, abraçada a ele, a chorar. Dizer-lhe o quanto o amo e rezar a Deus, desejar, implorar, suplicar, oferecer a minha vida, tudo o que for necessário, para que o meu filho tenha saúde e seja feliz! Tudo o que uma mãe quer para um filho: que tenha saúde e seja feliz. Duas coisas tão simples e tão fora das nossas mãos :(
É isso!
ResponderEliminarMG
A propósito deste triste acontecimento, li ontem alguns comentários. Um deles, em relação a questionar a existência de Deus, dizia simplesmente que, existindo Deus, o Rodrigo está muito melhor agora do que antes. Não minimiza a dor de quem perdeu o Rodrigo, de quem torceu por outro desfecho, de quem agiu para ajudar, mas, em relação ao próprio Rodrigo, ele está melhor. Era esta a essência do tal comentário (por outras palavras) e eu concordo com ela. Para quem não acredita em Deus, deve ser mais difícil aceitar um acontecimento destes, por não acreditar que quem parte está melhor e só ter olhos para a perda física. Quero ressalvar que de maneira nenhuma acho que acreditar em Deus reduza a dor da perda, acho é que pode dar uma perspetiva diferente. Conheço alguns exemplos disso (em relação a casais que perderam um filho).
ResponderEliminarSim, compreendo o que dizes, mas também acho humano que mesmo quem tem fé, como eu, se questione a dada altura. Mas realmente é o que dizes, apesar de não amenizar em nada a dor, acredito que quem tem fé acabe por aceitar e lidar um pouquinho melhor... <3
EliminarAconteceu-me exactamente o mesmo.
ResponderEliminarSoube ainda no trabalho e fartei-me de chorar.
Quando fui buscar o Rodrigo à escola (o meu ), só pensava em como não damos valor ás pequenas coisas do dia a dia, até aquelas que nos aborrecem e nos cansam. O meu filho dorme mal, mas o que não daria a mãe do Rodrigo para dormir mal mais uns anos....
É triste, e realmente só penso em quanto injusto foi!!!
Só podemos aprender estas lições que a vida nos dá.
Bjinhos
É mesmo Sónia. Também pensei nisso. Que bom que tenho de lidar com as birras do meu filho, com as noites mal dormidas... é sinal que o tenho ao meu lado. E isso é tudo o que uma mãe quer. beijinhos
Eliminaré exatamente assim que penso. Ainda não consegui deixar de estar (sempre que posso) agarrada ao meu filho...não me conformo com o que aconteceu ao pequenino!! Não é justo uma mãe e um irmão pequeno terem de sofrer assim! Não é justo, depois do que ja lhes tinha acontecido. Não é justo uma mãe ter que sofrer assim... quando há tanta gente má...não é justo!
EliminarÉ mesmo isso, ainda não consegui parar de chorar, e não consegui dormir a pensar neste pequenino, e depois olho para a minha filhota e penso se fosse ela? é demais para suportar. Nenhuma mãe e nenhuma criança deveria ter de passar por esse sofrimento. Esperemos que esteja com o seu papá e que agora os dois, olhem pela sua mamã e pelo seu mano.
ResponderEliminarTambém dormi muito mal. Acordei imensas vezes a pensar nele... :(
EliminarAinda ficaram algumas coisas por dizer... mas estas eram aquelas que estavam aqui atravessadas a pedir para sair! beijinhos
ResponderEliminarNão queria acreditar que era verdade quando li a má noticia e custa-me imenso pensar que o Rodrigo com lindo sorriso já não está entre nós. Na quarta-feira, durante a hora de almoço li no FB que estava com tosse e era dia de ida ao IPO, e horas depois tinha morrido. Fartei-me de chorar, ontem chorei e foi dificil concertar-me no trabalho, hoje já chorei... Tenho dormido mal, acordo a pensar no menino. Sinto um aperto tão grande no coração. Como é possível uma mãe já ter perdido o marido a poucas semanas do Rodrigo nascer, o menino adoece 2 anos depois e após tanta luta, morre? Como Deus, se existe, não ajudou este menino que era tão amado pela familia a encontrar a cura? COMO? Como estara o mano do Rodrigo?
ResponderEliminarQuero acreditar que deverá estar ao pé do pai que não chegou a conhecer em vida. Como mãe não imagino o que é passar por esta situação. Vida, muitas vezes, é tão injusta :(