segunda-feira, 1 de abril de 2013

Bullying: um tema que (infelizmente) continua atual!



Duas alunas da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais de Leiria, pediram-me para escrever um texto sobre o caso da Amanda Todd (a menina de 15 anos que se suicidou depois de ter sido vítima de Bullying durante largos anos), no âmbito do seu Projeto de final de curso.

Apesar do caso já ter algum tempo, a situação que o despoletou, o Bullying, é algo que continua atual. Para mal de muitas crianças e dos seus pais!




(Cyber) Bullying: um dos lados mais perversos da tecnologia

O caso de Amanda Todd, de apenas 15 anos, veio acordar-nos, mais uma vez, para uma das mais trágicas realidades do século XXI: o Cyber Bullying.
Amanda Todd, de apenas 15 anos, suicidou-se após anos sucessivos de puro linchamento público! E, digam o que disserem, por mais que a fórmula tenha mudado, este tipo de linchamento não foge muito ao que acontecia em plena Idade Média!

Quando se fala neste “fenómeno” ouve-se dizer muitas vezes que sempre houve crianças e adolescentes a gozar uns com os outros. Acrescenta-se ainda, com frequência, uma frase do género: “hoje fala-se neste assunto como se fosse uma coisa só de agora!”

De facto, não é. Também me lembro de ter um ou outro amiguinho da escola que era mais discriminado, mal tratado e gozado, ou por ser mais gordinho ou mais magrinho ou por não gostar de fazer as coisas que normalmente os rapazes faziam com aquela idade.

No entanto, um aspeto que muitos parecem esquecer-se, é que a diferença entre este tipo de comportamento “ontem” e “hoje”, vai muito além da simples ausência de nome para o que se passava antes. A grande e colossal diferença está no facto de hoje, o bullying, se estender à internet e às redes sociais! Hoje, as agressões não ficam na escola. Elas seguem as crianças para onde quer que vão e chegam a uma “audiência” largamente superior. Hoje, a humilhação é elevada a uma escala muito maior! Assustadoramente maior!


Arrisco-me a dizer que o (cyber) bullying é uma das maiores preocupações dos pais que têm agora filhos pequenos e adolescentes. Afinal, como é que nós, pais, podemos proteger os nossos filhos deste tipo de situações? Mesmo que os afastemos da internet, tal não invalida que eles não sejam expostos a uma qualquer maldade e crueldade! Por sua vez, mesmo que eduquemos os nossos filhos no sentido de nos contarem sempre tudo, todos nós sabemos que chega uma altura em que deixamos de partilhar o que nos acontece com os nossos pais! Será que se educarmos os nossos filhos para serem crianças e adultos seguros, com autoestima, será suficiente? É mesmo apenas a educação que se dá em casa que molda toda a personalidade das crianças?


Amanda Todd, de apenas 15 anos, foi “só” mais uma criança a morrer vítima de cyber bullying. A morte dela acordou-nos, abanou-nos e relembrou-nos da existência desta dura realidade! Uma realidade bem presente e sem soluções milagrosas que nos ajudem a contorná-la ou evitá-la!

Mas como impedir que situações como estas se repitam?

Falando mais em soluções e não tanto no problema? Havendo mais sensibilidade por parte do corpo docente das escolas para este tipo de situações? Havendo uma responsabilização legal da escola e da família quando situações destas acontecem? (Talvez esta última solução seja demasiado drástica. Não sei). Sinceramente, não sei mesmo! Mas pergunto-me: será que realmente nós, pais e professores, não seremos culpados se não conseguirmos detetar e impedir que os nossos filhos agridam e sejam agredidos? Será que não seremos culpados se não conseguirmos detetar quando eles se sentem sozinhos, ao ponto de acharem que não têm uma razão para viver?

Estas perguntas são mesmo dúvidas genuínas. Não têm qualquer tom acusatório inerente. Eu não estou a cuspir para o ar, como se diz na gíria! Deus me livre! Só estou a pensar alto. A questionar-me!

Enquanto mãe tenho muitos medos. O maior deles talvez seja o de não conseguir educar o meu filho da melhor forma. De falhar de algum modo. De não o conseguir proteger como seria suposto! No fundo, acho que qualquer pai/mãe nunca quer ser “só” um pai/mãe. Quer ser uma espécie de Deus: omnipresente e omnipotente em relação aos seus filhos. E o medo existe, exatamente, por saber que este controlo soberano sobre a vida dos nossos pequeninos é impossível de conseguir!


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