terça-feira, 29 de janeiro de 2013

As birras dos 2 anos e a resposta da Rede Mãe


Há uns tempos contactei a Rede Mãe acerca das birras do Gonçalo. Eles têm profissionais especializados em diferentes áreas e são super disponíveis. Eu, claro, aproveitei ;)

No fundo, pedi conselhos sobre o comportamento do G., o qual já tinha partilhado aqui: birras, mania de que só fazia o que queria e, na altura, reações um pouco violentas quando era contrariado (um comportamento que, não sei bem porquê, desapareceu. Graças a Deus).


De seguida deixo-vos a resposta elucidativa da Dra. Andreia Montenegro, Psicóloga Clínica e Perita Médico-legal em Avaliação do Dano Pós-Traumático, na esperança que também vos possa ser útil. Para mim foi :)



“Para começar, podemos dizer que o seu filho está na idade das birras, na qual apenas existe o prazer ou desprazer, ou seja, o ganho imediato ou a frustração do “não-ganho”. Por esta fase as crianças querem obter o prazer imediato, não sabem esperar ou compreender que estamos a negar ou a exigir para lhes darmos educação e que não podem ter tudo como e quando querem.

Desde bebés que procuram a satisfação das suas necessidades: choram para obter comida, para aliviar as cólicas, se estão desconfortáveis ou simplesmente porque querem mimo e companhia. Perante este apelo, esta chamada de atenção, os pais concretizam as carências o mais rápido e melhor que sabem – alimentando-as, brincando com elas, dando-lhes o carinho e conforto que pretendem para culminar a sua fonte de stress... Com estes comportamentos, cedo percebem que podem chamar a atenção para si, tornando-se o centro das atenções e dominando o mundo ao seu redor! Isto faz com que desenvolvam a gratificação e recusam a ideia da frustração (que não desenvolvem), tornando-se incapazes de lidar com estes sentimentos de fracasso.

Desse modo surgem as birras, apelos para obterem a gratificação imediata! O que se passa, e cada vez mais, devido às muitas solicitações que temos durante o dia (no emprego, nas relações afetivas, na correria contra o tempo, nas expectativas e objetivos a cumprir) é os pais cederem - porque não têm tempo ou disposição para lidarem com as birras dos filhos. Ao cederem, é o filho quem “ganha” e isto faz com que mantenha o comportamento. Quando se tenta implementar regras, dizer NÃO e fazer a criança esperar pela gratificação, ela vai chorar e berrar. Se acharmos que não devemos ceder, temos que manter a atitude e não voltar atrás, por mais que custe, pois só assim eles vão perceber que quem coordena, quem mantém a autoridade são os pais e não eles próprios. É preciso aprendermos a lidar com as frustrações e, quanto mais cedo, melhor!

Claro que com isto não quero dizer que sejamos totalmente rígidos, apenas que devemos escolher as situações em que a ordem deve imperar e nunca voltar atrás. Eles são bastante perspicazes para perceberem as nossas “fraquezas” e aproveitarem-se disso.

Portanto, a criança não vai entender de imediato o que espera dela, por mais que a olhe nos olhos e explique, mas DEVERÁ fazê-lo sempre! Ela aprenderá e irá desenvolver-se melhor, o que fará dela provavelmente um adulto mais seguro, autónomo, confiante e assertivo.

Por mais que lhe parta o coraçãozinho apertado de mãe, seja forte, coerente e não ceda à pressão emotiva do seu filho amado!

Espero ter sido útil Sorriso

5 comentários:

  1. Sempre que necessitar estaremos disponíveis ;)

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  2. Temos que aguentar e ser persistentes!! Mas ás vezes é tãoooo dificil...

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  3. " a criança não vai entender de imediato o que espera dela, por mais que a olhe nos olhos e explique, mas DEVERÁ fazê-lo sempre! Ela aprenderá e irá desenvolver-se melhor, o que fará dela provavelmente um adulto mais seguro, autónomo, confiante e assertivo" - fundamental!!

    Marta Grosso

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