quarta-feira, 16 de maio de 2018

Novelas no comboio


No comboio ouvem-se conversas muito interessantes.

Sim, algumas são só parvas e chegam a incomodar, sobretudo porque há muitas pessoas que parece que se esquecem que estão rodeadas de desconhecidos, mas tenho vindo a descobrir que a “sabedoria popular” não é um mito.

Hoje, estavam duas adolescentes, dos seus 20 e poucos anos, a falar sobre as suas vidas amorosas (algo nada privado, portanto!).

Uma delas, que me pareceu ser a mais despachada, estava a desabafar com a amiga a pouca atenção que aquele que creio que seria o namorado dela lhe dava. A dada altura disse:

“O problema do “não-sei-quantos” (não me lembro do nome do moço) é que ele me dá como certa e depois não me trata como eu merecia ser tratada. É capaz de tratar melhor uma pessoa qualquer, do que a mim, que sou tão querida para ele. A minha mãe é que tem razão. Ela está sempre a dizer-me que se uma pessoa nos diz que somos importantes para ela, mas depois nos dá constantemente sinais de que não somos, ou se não dá valor à nossa companhia, a dada altura o problema não é dessa pessoa, é nosso, por permitirmos e mantermos essa situação. E faz sentido. Eu é que sou parva!”

Não estou 100% certa das palavras terem sido estas, mas o conteúdo era isto. E eu achei muito interessante e tenciono registar este (sábio) ensinamento da mãe da rapariga.

A conversa continuou, até porque a outra amiga também tinha problemas amorosos (mais venezuelanos, até), mas deste enredo não tirei lições dignas de registo.

E foi a minha novela matinal. Sendo que não vou saber como vai acabar!

segunda-feira, 14 de maio de 2018

...

O Beijo, de Gustav Klimt

"We are all mortal until the first kiss and the second glass of wine."

Eduardo Galeano

As mães têm direito a cansar-se, não têm?

Na última semana tenho repetido para mim mesma, vezes sem conta, que as mães também se cansam e também se esgotam. Repito-o para diminuir a culpa que sinto pela falta de paciência que tenho tido... Mas a culpa mantém-se.

É um ciclo vicioso. Eles andam os dois mais difíceis, porque estão constantemente a embirrar um com o outro e não fazem nada do que lhes digo, e eu, como ando com menos paciência, também não os consigo acalmar nem "dar-lhes a volta" serenamente.

Na última semana foi um tormento. Senti-me várias vezes no meu limite e senti muitas vezes que não ia aguentar nem mais um dia sem me dar uma coisinha. É que isto de estar sozinha com eles até se vai fazendo (vamo-nos acostumando), mas o facto de no dia-a-dia, na rotina, não termos "pausas" ou "folgas" para nada, acaba por se fazer sentir e acaba por pesar com a soma dos dias ou naquelas fases em que andamos mais stressados com o trabalho ou mais preocupados com outras coisas.

Nestas fases, depois de os chamarmos 10 vezes para lavar os dentes, tomar banho, jantar, fazer os trabalhos de casa, vestirem-se, etc, já não há paciência para adotar a famosa parentalidade positiva. Estar dias e dias seguidos sozinha com eles neste registo, em que nada é fácil e em que tudo só é feito quando eu me passo da cabeça (e tendo como som de fundo duas crianças a discutirem uma com a outra e a choramingarem porque uma quer uma coisa e outra quer outra, e por mais mil motivos diferentes), suga completamente a energia e a força.

Confesso que nestes últimos dias desejei ardentemente ir de férias sozinha, para bem longe. 

Eles são o melhor da minha vida e são tudo para mim. A minha vida não fazia qualquer sentido sem eles e nem eu queria viver de outra forma, mas sim, desejei muito umas férias longe deles....  (o que só aumentou o meu sentimento de culpa). 

Mas depois penso... eles são crianças. Tudo o que fazem, faz parte. 

Só espero que eles compreendam que a mãe também se cansa e que nem sempre consegue levar as coisas para a frente com um sorriso e com a leveza que devia. Não que eles não mereçam que faça um esforço para que assim seja, porque merecem tudo, mas há dias em que o cansaço me ganha.

Hoje sinto-me mais calma e mais paciente. Dormi a noite toda seguida (este facto também pesa e não é pouco - mais do que o número de horas que durmo) e quero acreditar que recarreguei baterias. 

Estou desejosa de os ir buscar à escola e de estar com eles. De os abraçar para me redimir da falta de paciência que tenho tido. Para me desculpar pelas vezes que gritei. Pelas vezes que fui a mãe que eu não quero ser. Porque se há coisa que eles merecem, é uma boa mãe. Uma mãe à altura dos filhos maravilhosos que são <3

quarta-feira, 9 de maio de 2018

Vira o disco...

O Francisco ontem lembrou-se de me pedir prendas para o aniversário dele (um pormenor: ele faz anos no final de novembro).

"Mamã, para os meus anos quéio um carro, um boneco da Star Wars, um jogo..."

"Ó filho, isso é muita coisa. Não tenho dinheiro para isso tudo. Fazes assim, pedes uma coisa à mãe,  outra aos avós, outra ao pai..." - respondi-lhe.

"Não. Quéio que sejas tu. Mas então pode ser um jogo, um carro e um boeco da Star Wars."

segunda-feira, 7 de maio de 2018

A carta (de amor) que me fez chorar


"Isto é um texto único e especial, para uma pessoa única e espcial: a minha mãe. A melhor mãe do mundo. Dá-me beijos e abraços, tem cabelo louro, pele branca, olhos verdes e ela é tudo para mim.
As mães são pessoas especiais que só querem saber da nossa saúde.
A minha mãe tem um dom. Ser super especial."


O Gonçalo escreveu-me este texto para o Dia da Mãe e, eu sei que sou suspeita, mas é a coisa mais deliciosa do mundo.

Fiquei super comovida quando o li e naquele momento acreditei que por mais dúvidas que tenha em relação ao meu desempenho enquanto mãe, alguma coisa bem feita devo estar a fazer para merecer estas palavras :)

<3

quarta-feira, 2 de maio de 2018

O melhor dos "dates"!

Há que tempos que o Gonçalo me andava a pedir para passarmos um tempo só os dois. Não é fácil consegui-lo, mas ontem foi o dia. Deixei o Francisco nos meus pais e lá fomos nós ter um "date" :)

Almoçámos, num restaurante escolhido por ele (o que vale é que ainda é de gostos simples :)), fomos ao parque, demos um passeio e terminámos com uma sessão de cinema!

Não é só a ele que faz falta estar só comigo. Para mim também sabe muito bem estar um pouco a sós com um e com outro (ainda que tenha que confessar que quando estou com um deles, há uma parte de mim que fica com um certo sentimento de culpa por não estar com o outro). Mas é bom. Muito bom.

Seja como for, não há "dates" melhores que estes, em que estamos um para o outro a 100%!


terça-feira, 1 de maio de 2018

A magia do ballet


Desde que soube que este ballet iria atuar em Portugal, que fiquei em pulgas para o ver. Adoro ballet e a capacidade única que esta dança tem para despertar em mim as emoções mais intensas e puras.

Cheguei a pensar que iria acabar por não ir, mas acho que estava destinado a que fosse. E ainda bem.

Não deve haver dança mais poética, mais mágica, mais intensa, mais emocionante que o ballet. A delicadeza dos movimentos, a sua graciosidade combinada com a grandiosidade das músicas... tudo isto faz desta uma dança ímpar.

O ballet clássico é uma dança romântica (pelo menos é assim que a vejo), e talvez por isso acabe sempre por me deliciar com tudo. Além disso, o ballet tem a capacidade de me fazer sonhar!

Ontem, fiz mais um "check" na minha lista e apaixonei-me ainda mais pelo ballet!

segunda-feira, 30 de abril de 2018

Brincadeiras de domingo

Eles adoram pintar com aguarelas. Entretêm-se minutos largos e, muito importante para mim, é uma excelente forma de os manter sossegados e calados. É claro que também se pintam a eles e a tudo o que está à volta, mas esta tinta são facilmente e o "preço a pagar" compensa ;)


Há que inovar!

Acordar cansada num domingo é altamente irritante, mas normal quando não se dorme convenientemente há cerca de uma semana. E era assim que me sentia ontem: cansada. Contudo, e porque parece que as crianças são imunes a estas mariquices, há que ir às reservas  para os entreter, mesmo que procuremos fazer atividades que exijam o mínimo de nós.

Depois de termos visto um filme, ouvido e cantado músicas infantis tradicionais portuguesas e pintado, o ponto alto do dia foi o piquenique que fizemos na sala, a pedido deles. 

Eles vestiram os pijamas (para parecer uma festa de pijama), pusemos uma toalha no chão e compusemos o "manjar" com pão caseiro, pão-de-ló de laranja, compotas, leite para eles e café para mim.

Uma delícia! :)

É claro que fiquei com a sala cheia de migalhas, mas não é por aí. A verdade é que é preciso muito pouco para os fazermos felizes e há que "jogar" com isso.




Os dois críticos lá de casa aprovaram o manjar :)

quinta-feira, 26 de abril de 2018

Quem é que resiste?


Combinei um café com um amigo que não via há mais de 10 anos e ele trouxe-me aquele que, na altura, era o meu chocolate preferido: o Bounty. Achei super fofo da parte dele e, por isso, não lhe consegui dizer que, de há 10 anos a esta parte, tinha enjoado aquele chocolate. Não consegui mesmo. Por isso, para não lhe fazer a desfeita, comi o chocolate.

 Resultado? Não, não voltou a ser o meu chocolate preferido, mas descobri que já não me enjoa e por isso posso comê-lo mais vezes :)

Ser gulosa é duro :P


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