sábado, 15 de abril de 2017

Nostalgia e epifania

Deve ter sido dos filmes que mais vezes vi em criança. E talvez na vida. Adorava tudo no "Annie". Sobretudo a alegria e fé da personagem principal, que dava nome ao filme, uma menina órfã, que nunca perdeu a esperança de que um dia os pais a fossem buscar... apesar de ter sido abandonada. Ela arranjava sempre forma de ver o lado melhor das situações... apesar da sua vida ter pouco ou nada de positivo.

Esbarrei com o filme no Hollywood e não resisti em vê-lo uma vez mais. E logo no início, a música do genérico diz tudo...

When I'm stuck with a day that's grey and lonely
I just stick up my chin and grin and say,

The sun will come out tomorrow
So you gotta hang on
'til tomorrow, come what may!

Tomorrow, tomorrow, I love ya, tomorrow
You're always a day away!


quinta-feira, 13 de abril de 2017

Como é que nunca me cruzei com este poema?

Um colega apresentou-mo hoje e eu adorei. Que poema lindo! Obrigada V. :)


Cântico Negro


"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe

Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...

Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...

Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura!
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!

José Régio

quarta-feira, 12 de abril de 2017

So true!!!

"Pain is inevitable. Suffering is opcional."

Haruki Murakami

(Cada vez gosto mais deste autor!!)


terça-feira, 11 de abril de 2017

Se é assim!!!

Isto já se passou há uma semana, no último dia de aulas.

Estávamos à mesa e o Gonçalo estava a contar-me, todo contente, que tinha tido "Muito Bom" a Matemática e a Português, e "Bom" a Estudo do Meio.

Naturalmente, felicitei-o, mas como na semana anterior tinha vindo um recado para casa, da professora, a pedir para falarmos com ele porque ele tinha falado muito e prejudicado o funcionamento da aula, disse-lhe:

"Fico super orgulhosa de ti, amor. Muitos parabéns! Mas olha, não são só as boas notas que contam. Tão importante quanto as notas é o teu comportamento na aula. Tens de estar atento, não falar e fazer o que a professora manda, está bem?"

"Sim, mãe." - respondeu-me ele - "Eu sei. E só para saberes, hoje a professora não me disse nem uma única vez "Cala-te Gonçalo!"

Custa (sempre) tanto!

Depois de ter estado cinco dias de férias e no mimo do pai e avós, hoje o Francisco lá teve de regressar à escolinha. Fui eu lá levá-lo e assim que estacionei o carro e o tirei da cadeirinha, ele agarrou-se ao meu pescoço, com pouca vontade de me largar (e eu com nenhuma vontade que ele me largasse).

Já estão a ver o filme, não é?

Ele ficou a chorar, com aquele beicinho fofo de quem está sentido comigo por o estar a "abandonar", e eu fiquei com o coração pequenino por ter de o deixar assim :(

(Resumindo, estou desejosa que chegue logo à noite para voltar a estar com eles. Estou longe de ter matado as saudades destes cinco dias. Muito longe!!!)

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Uma explosão de amor

Foram 5 dias e 5 noites!!! Foram estes os dias que eu estive sem eles. Sem os meus pequeninos.

O Marco foi com o Francisco e com o Gonçalo para o norte, para umas mini-férias, e eu fiquei cá, com o coração apertadinho e despedaçado. Nunca me vou esquecer do vazio que senti quando os deixei no carro.

Nunca tinha ficado tanto tempo sem eles e confesso que me chegou a doer fisicamente. Por tudo. Pela saudade antecipada, pela preocupação...

Com o passar dos dias a saudade intensificou, mas a preocupação esmoreceu. Falava com eles todos os dias e percebia que eles estavam ótimos e isso permitia, pelo menos, que o meu coração serenasse um pouco.

Nestes dias em que estive sem eles consegui ter a casa sempre arrumada, vi os canais de televisão que quis, no fim-de-semana dormi até não conseguir mais, fiz coisas que não fazia há séculos (como ir à praia e conseguir estar deitada, descansada e a ler)... enfim... não fosse eu estar a trabalhar, e até poderia parecer que estive de férias. E esta parte foi boa. Mentiria com todos os dentes se dissesse que não foi. Mas a verdade é tão simples quanto isto: isto só foi bom porque sabia que em breve ia voltar a ter os meus pequeninos nos meus braços. Porque eles compensam tudo. Compensam ter a casa desarrumada, a falta de tempo para as minhas coisas, as noites mal dormidas...

Eles chegaram hoje, ao final da tarde, e tenho que admitir que já não estava a aguentar mais com tantas saudades. 

Quando os vi pareceram-me mais crescidos e mais bonitos que nunca. Agarrei-os com força e, por mim, tinha ficado assim por horas. 

Naquele momento, senti que os amava mais que nunca e senti que o meu coração estava prestes a rebentar de tanto amor!

CONSULTÓRIO: Como transformar o discurso negativo do seu filho

(texto escrito por Cátia Teixeira, psicóloga clínica da Oficina de Psicologia)

Foto: Pinterest (upsocl)

“Sou mesmo burro” ou “Que estúpido que sou!”, são frases que costuma ouvir da boca do seu filho? Então leia este artigo, vamos ajudar.

Quando estas autoafirmações saem da boca dos filhos, a reação imediata dos pais costuma ser “não és nada”, numa tentativa de dar aos filhos segurança ou convencê-los de que o que dizem está errado.

Infelizmente, nestas situações, as palavras do seu filho são muitas vezes congruentes com aquilo que ele sente. Ele não se sente “adorável” ou “maravilhoso”, como os pais lhe tentam sugerir, mas sim “burro”, “estúpido” ou a “pior pessoa do mundo”.

A verdade é que tentar mudar as palavras dele não vai fazê-lo sentir-se diferente. Por isso, tente agir antes desta forma:

- Empatize – ponha-se no lugar do seu filho e tente compreender o que ele deve estar a sentir. “Esse trabalho está a ser muito difícil?” ou “Parece-me que te sentes frustrado”. Se não souber o que dizer, tente algo como “Queres um abraço?” ou “Isso é difícil”.

- Seja curioso – Algumas crianças têm dificuldade em verbalizar os problemas. Quando explora a situação com o seu filho, ele pode conseguir compreender o que realmente o está a incomodar. “Eu pergunto-me porque será que esse trabalho te está a aborrecer tanto hoje”.

- Ajude a reformular o discurso – Ao ter percebido o problema, ajude o seu filho a reformular as suas palavras. Em vez de “Escrever é difícil para mim, eu sou mesmo burro”, o seu filho pode dizer “Eu estou a trabalhar muito na escrita” ou “Errar faz parte da aprendizagem” ou até “Sinto-me tão frustrado com isto”.

- Trabalhem em conjunto – Resista à tentação de dar uma solução para o problema ou fazer aquilo que para si é o correto. Trabalhem em equipa. Pergunte ao seu filho o que ele poderá fazer para superar a dificuldade que está a sentir, mas lembre-se que a solução nem sempre é rápida ou fácil. Por vezes a resposta é mesmo “Tenho que continuar a tentar”.

- Desafiem os pensamentos e sentimentos – Os pensamentos e sentimentos vão e vêm, não definem ninguém. O facto de o seu filho sentir algo não significa que seja verdade. Relembre o seu filho de outras situações em que ele superou dificuldades, ou melhor, peça ao seu filho que lhe diga situações em que conseguiu superar as dificuldades.

Lembre-se que nem sempre é fácil aceitar comentários positivos quando está num turbilhão de pensamentos negativos (pense lá se consigo também não costuma ser assim). É como se estivesse a tentar ouvir uma música agradável numa rádio mal sintonizada. Não iria conseguir ouvir em condições e ainda ficava irritado com isso. É preciso sintonizar novamente, ou sintonizar numa outra frequência. Por isso, é natural que haja resistência da parte do seu filho quando o tenta fazer.

Lembre-se também que, acima de tudo, você é um modelo para o seu filho. Que verbalizações usa quando se sente frustrado?

Cátia Teixeira
Psicóloga Clínica

I´m back!

Por variadíssimas razões estive ausente aqui do blog durante uns dias. Digamos que foi espécie de "ausência sabática".

Foram dias bastante intensos, mas ao mesmo tempo também serviram para descansar. Posto isto, serve o presente post para informar que estou de volta.

"mi aguardem"

terça-feira, 4 de abril de 2017

Espera por mim...

Estou sozinha com eles e tudo o que me apetece é, depois de os deitar, sentar-me no sofá a ver uma série qualquer, enquanto bebo um copo de vinho.

Não podia ser mais básico, mas para descomprimir, hoje serve 😊

Uma delícia

Já não é de agora, mas acontece com cada vez mais frequência. O Gonçalo está naquela fase em que está sempre a ler tudo e a perguntar se leu bem. Rótulos de embalagens, títulos de livros, placards que vê na rua, sinais...

Para mim, que sou mãe dele, é uma sensação muito gira. Um misto de orgulho e encantamento!

Eles crescem tão rápido!!!!

Lembro-me bem de mim nesta fase. Lembro-me de pensar que nunca iria conseguir ler as legendas dos filmes, porque passavam muito rápido. Lembro-me da alegria que sentia quando conseguia ler as coisas, e é bom demais ver essa alegria agora no Gonçalo :)

Aquilo que se diz é mesmo verdade, A vida é cíclica. E vermo-nos refletidos nos nossos filhos é absolutamente mágico!

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