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terça-feira, 19 de julho de 2016

CONSULTÓRIO: Quando o João Pestana se transforma em João Saltitão


(texto escrito por Cátia Teixeira, Psicóloga Clínica da Oficina de Psicologia)
Foto Pinterest
Quantas vezes é que já não chegou a hora de ir para a cama, vê que o seu filho está mesmo com muito sono, mas de repente ele lembra-se que quer fazer tudo o que ainda não conseguiu fazer, pede-lhe muitos copos de água e lhe repete vezes sem conta “Eu não quero ir dormir! Não tenho sono!”?

Muitas, certamente!

O que pode então fazer para que o “João Pestana” não se transforme em “João Saltitão”?

·                Determine uma hora certa para ir para a cama de acordo com as necessidades e idade do seu filho. Transmita ao seu filho qual é a hora de ir dormir (no caso de o seu filho ainda não saber ver as horas, mostre-lhe no relógio onde os ponteiros têm de estar). Seja consistente no cumprimento desta hora (não se preocupe se há um dia de “festa” em que não consegue cumprir, a excepção confirma a regra!);

·                Crie uma rotina da hora de ir para a camaEsta rotina deve começar cerca de 30 minutos/uma hora antes da hora de dormir e deve incluir atividades relaxantes (ex. banho quente, ouvir uma música calma…), e as atividades devem ter uma ordem pré-determinada;

·                Avise previamente de que está a chegar a hora de ir dormir (cerca de 10 minutos antes), pois avisar de uma forma abrupta que é hora de ir para a cama aumenta a resistência;

·                Mantenha-se firme e ignore os protestos. Inicialmente os protestos podem ser muito insistentes e prolongados, mas se se mantiver firme em não dar resposta aos mesmos, eles acabarão por diminuir e desaparecer. Não se admire se o seu filho não adormecer imediatamente, acontece com a maioria das crianças, mas deixe que seja ele a adormecer sozinho e a ganhar esse hábito;

·                Se o seu filho o chamar constantemente faça com ele um acordo do género, “Se não me chamares eu venho ver-te daqui a 5/10 minutos para ver como estás”. É provável que ele entretanto adormeça, mas este tipo de acordo diminui a sua zanga ou frustração;

·                Escolham em conjunto um objeto tranquilizador que transmita à criança uma sensação de segurança na hora de adormecer. Também poderá recorrer a uma luz de presença;

·                Recorra a uma tabela de reforços, em que na manhã seguinte, sempre que a criança conseguir ir para a cama quando lhe é dada essa ordem e conseguir ficar no quarto sem problemas, em conjunto colam um autocolante ou desenham um boneco sorridente, acompanhado de um grande elogio;

·                Se o seu filho insiste em se levantar da cama e ir ter consigo, leve-o sempre de volta para o quarto sem conversas ou discussões. Se a situação se continuar a repetir, poderá também aplicar uma espécie de consequência (sem discussão), diga-lhe por exemplo que, sempre que se levantar no dia seguinte terá que ir 1 minuto mais cedo para a cama no dia segu

·                Dê um bom exemplo no que diz respeito a ir para a cama (se adormece no sofá em frente à televisão o seu filho irá achar que ele também o pode fazer), procure melhorar as suas próprias rotinas.

Com persistência e consistência nos limites na hora de ir para a cama ajudará o seu filho e a sua família a ter noites mais tranquilas.

Cátia Teixeira
Psicóloga Clínica
Oficina de Psicologia

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Filhos felizes? A ciência diz-lhe como

(texto escrito por Cátia Teixeira, psicóloga clínica da Oficina de Psicologia)
Foto: Pinterest
É provável que já tenha lido muitas dicas sobre como contribuir para a felicidade, bem-estar e autoestima dos seus filhos. A ciência também tem algo a dizer a este nível e por isso partilhamos consigo alguns dados que contribuem para uma parentalidade mais positiva e que contribuem para uma crescimento saudável e feliz do seu filho.

1.    Brinque e ria – Brincar com o seu filho ajuda-o a desenvolver competências emocionais e sociais. Os estudos revelam que, quando os pais contam piadas e brincam ao faz-de-conta, estão a ajudar os filhos a pensar de uma forma criativa, a desenvolver amizades e a gerir a ansiedade. Por isso, faça “palhaçadas” à vontade.

2.    Seja positivo – Pais que expressam emoções desagradáveis em relação aos seus filhos e que falam com eles de uma forma agressiva contribuem para que as crianças apresentem comportamentos agressivos na escola. Por isso, se verificar que está a entrar num ciclo de pai irritado-filho irritado-pai irritado, quebre esse ciclo.

3.    Auto-compaixão – É muito comum os pais sentirem culpa por algo que fizeram. Os estudos mostram que a auto-compaixão é uma capacidade muito importante, ajudando as pessoas a serem mais resistentes e resilientes aos desafios da vida. Manifeste auto-compaixão quando lida com as dificuldades (relacionadas com o seu filho e não só), ao fazê-lo estará a servir de exemplo para o seu filho.

4.    Deixe-o “voar” – Quando o seu filho quiser “voar”, deixe-o ir e procure relaxar, pois isso transmite-lhe confiança e segurança. Isto não significa que tenha que o deixar fazer tudo, mas se há coisas que ele já sabe fazer sozinho, deixe-o ir.

5.    Tenha atenção à sua saúde mental – Se não se sente bem a nível psicológico procure ajuda. Os estudos revelam que o estado da saúde mental dos pais tem influência ao nível das emoções e comportamentos das crianças.

6.    Relações seguras – Estabeleça relações seguras e próximas com os seus filhos, de forma a que ele sinta que se pode aventurar no mundo, pois tem uma “base segura” à qual pode sempre voltar. Mais uma vez, estas relações seguras refletem-se no comportamento e na forma como o se filho vai estabelecer relações com os outros no presente e no futuro.

7.    Adolescente argumentativo – O seu filho adolescente argumenta a toda a hora consigo? E isto deixa-o extremamente irritado? Existe um lado positivo! Os estudos revelam que os adolescentes que contra-argumentam mais com os seus pais são também os que menos sucumbem à pressão dos pares, pois desenvolvem uma melhor capacidade de argumentação.

8.    Não procure a perfeição – Ninguém é perfeito, por isso não se torture com o impossível. Os estudos mostram que os pais que acreditam que a sociedade espera que eles sejam perfeitos têm maiores níveis de stress e são menos confiantes nas suas competências parentais (o que é compreensível!). Faça um esforço por não prestar atenção a essa pressão e procure ser um pai mais relaxado.

Cátia Teixeira
Psicóloga Clínica

Oficina de Psicologia

segunda-feira, 20 de junho de 2016

CONSULTÓRIO: Sem regras, nem direção!

(texto escrito por Inês Custódio, psicóloga na Oficina de Psicologia)

Foto: Pinterest 
Por vezes é como se vivêssemos um paradigma completamente diferente do passado no
que toca à educação das nossas crianças. Ouvimos falar de liberdade, desejos, amor, carinho, espaço e tempo para crescer, para brincar…Ingredientes fundamentais para que qualquer criança cresça feliz e mais adaptada, mas talvez não os únicos. A verdade é que, por vezes, passamos para uma forma de educação tão focada nos desejos e necessidades da criança que, por ser difícil ou por não termos o devido tempo e paciência, descuramos nas regras. 

Porquê educar as crianças para as regras?

Colocamos regras porque elas são fundamentais para o desenvolvimento da criança e constituem uma das necessidades mais básicas que estas têm (mesmo que não o consigam expressar).

Sabia que o nosso cérebro vem predisposto a armazenar um sem número de regras? Por um simples motivo, porque isso é organizador para nós!

As regras (ditas por outros ou apreendidas por nós através da experiência) dão-nos “balizas” sobre o que são comportamentos adequados ou desadequados, sabemos até onde podemos ir nas relações sociais, integramo-nos melhor, estamos mais protegidos, sabemos evitar situações de perigo, estamos mais organizados mentalmente e mais motivados, porque sabemos um sem número de regras. Por isso aprendemos regras até morrer, porque em cada contexto novo o nosso cérebro tem que se adaptar e saber com que limites pode contar.

Qual é o problema de não ter regras suficientes?

Não poder contar com a orientação dos pais no que diz respeito às regras dificulta a vida de qualquer criança (ao contrário do que poderia parecer), como sinal disto podemos observar alguns sinais.

Podemos ver as crianças mais desorganizadas a nível comportamental, sem saber o que fazer, como fazer, sentem-se perdidas no tempo e no espaço (p.e. quando há ausência de limite no tempo para brincar com jogos eletrónicos e a hora de ir deitar, as criança arrasta estas atividades e fica mais rabugenta, sem saber o que fazer a seguir, será que cede ao que o corpo quer ou continua a resistir?). Podem também estar mais desorganizadas emocionalmente, porque as regras ensinam também uma série de comportamentos de conduta ou de regulação das emoções (p.e. quando ensinamos que não pode dar pontapés a tudo o que causa frustração à criança, estamos a ajudá-la a parar um pouco e a ganhar controlo sobre si).

Assistimos também a crianças com alguma dificuldade em se adaptarem aos padrões e regras escolares, causando-lhes muita confusão e até revolta por, de repente, terem de cumprir tantas normas “sem sentido” para elas.

Para além disto, com o passar do tempo poderemos estar a criar crianças com baixa tolerância à frustração, uma vez que as regras permitem que desde cedo a criança lide com momentos, onde mesmo não tendo muita vontade, tem de cumprir algo. Esta contrariedade permite-lhe ir lidando com pequenas doses de frustração que a deixaram mais preparada para os grandes dissabores que a vida possa trazer.

Finalmente, e devido a tudo isto, sem regras as crianças têm espaço para criar as suas próprias regras desadequadas (p.e. “se eu chorar tenho o que quero”, “os outros brincam sempre ao que que eu quero”, “eu ganho sempre…”) e têm mais dificuldades a nível das relações, pois até as relações entre amigos têm regras (não explicitas, mas ainda assim regras), como por exemplo “umas vezes ganhas tu e outras eu”, “eu ajudo, mas tu também me ajudas”, “podes brincar comigo até um certo limite…”.

Qual o perigo de colocarmos regras a mais?

Importante é não cair no extremo oposto, onde tudo tem uma regra, onde todos os momentos da vida da criança são “controlados” de alguma forma, por regras rígidas e inflexíveis. Neste extremo, pode acontecer a criança ficar muito dependente destas regras e ter pouca flexibilidade para lidar com imprevistos. As regras dão-nos segurança quando na dose certa, em excesso poderão passar a mensagem de que o mundo é um lugar demasiado perigoso onde temos de ter muito cuidado.

Para além disto, a nível social também é sempre importante uma dose de improviso e flexibilidade perante comportamentos ou atitudes dos outros, que neste caso poderá ser mais difícil, uma vez que o “código interno de regras” pode ser tão rígido. Deixamos assim a criança sem espaço para ser criativa, imaginativa e flexível.

Nem muito, nem pouco, na dose certa.

Se pensarmos as regras como uma forma de ajudar a criança a ter alguma organização e estabilidade no mundo, penso que temos metade do trabalho feito sobre quais as regras que devemos ou não colocar em casa, na escola ou em qualquer contexto.

Por isso é importante termos algumas regras básicas, relacionadas com a saúde física da crianças: p.e. horas de dormir, de comer, do banho, do vestir… E outras relacionadas com regras de conduta: p.e. arrumar os brinquedos, não bater, dizer obrigado, respeitar um pedido da mãe … Mas na dose certa, com alguns momentos onde há mais regras (p.e. a hora do banho ou do comer) e outros onde há menos (p.e. na brincadeira). Depois vamos dando tempo e espaço para a criança as ir assimilando e nós damos o devido apoio, relembramos, somos consistentes e nós mesmos damos o exemplo!

Inês Custódio

Psicóloga Clínica na Oficina de Psicologia

terça-feira, 7 de junho de 2016

CONSULTÓRIO: Já te disse para ires para a tua cama!

(texto escrito por Raquel Carvalho, Psicóloga Clínica da Equipa Mindkiddo – Oficina de Psicologia)

Um dos momentos do dia capaz de colocar alguns cabelos em pé dos pais é à noite, aquando da ida para a cama e/ou quando as crianças saem da cama a meio da noite. É muito frequente em consulta os pais pedirem dicas para ajudar a combater a resistência dos filhos na hora de dormir.

Nesta altura do dia, o cansaço, aliado à falta de paciência, dificultam a capacidade dos pais em exercerem autoridade, levando a variados erros de disciplina. Os pais levam a criança para a cama e dormem com ela, ou ficam na cama da criança até ela adormecer; desistem de dizer à criança para ir para a cama e vai quando quiser; deixam-na ver televisão ou brincar no tablet até adormecer e depois levam-na ao colo para a cama; a criança só vai para o seu quarto com a promessa de poder ver televisão no quarto até adormecer; vai para a cama a chorar após os pais a chamarem a atenção vezes sem conta e lhe baterem.

Identificou-se com alguma destas situações? Já não sabe o que fazer? 

Sugerimos-lhe de seguida algumas dicas para colocar em prática.

- Estabeleça um horário de deitar adequado à idade da criança e dinâmicas familiares, respeitando as horas de sono recomendadas para cada faixa etária: 3 a 5 anos – de 10 a 13 horas; 6 a 13 anos – de 9 a 11 horas (fonte: National Sleep Foudation).

- Seja consistente na exigência de cumprimento do horário diariamente, deixando as exceções apenas para dias especiais. O horário de ida para a cama não pode estar dependente das vontades da criança ou dos programas de televisão. 

- Só com firmeza e consistência evitará que o “só mais um bocadinho” ou o “só desta vez” se repita várias vezes na mesma semana. As crianças tendem sempre a dificultar a vida aos pais ao fazerem promessas e pedidos encarecidamente. Porém, seja firme, mesmo que isso custe algumas birras inicialmente.

- Opte por atividades mais calmas e menos estimulantes antes da hora de dormir, pois se a criança estiver muito excitada terá mais dificuldades em ir para a cama.

- Avise a criança 15 a 20 minutos antes da hora pré-determinada, que deve começar a realizar as tarefas rotineiras que antecedem a hora de dormir (lavar os dentes, vestir o pijama). E se a criança demorar uma eternidade a fazer estas atividades? Então, poderá recorrer à utilização de um cronómetro que orientará a criança no tempo limite e impedirá que manipule a contagem do mesmo, evitando que sejam os pais a ter que relembrá-la constantemente.

- E se a criança não estiver na cama na hora combinada? A criança deverá ter uma consequência pelo incumprimento, por exemplo, não ter direito a história de dormir nessa noite, uma vez que já não têm tempo para tal; ou não ver televisão na noite seguinte de forma a ir preparar-se mais cedo, etc...

- Quando a criança se esforçar por cumprir o combinado, deve ser elogiada, pois o elogio é um excelente motivador para a criança. À medida que for colaborando, a criança poderá até ser recompensada, por exemplo, com uma atividade que gostasse de fazer com a família no fim de semana.

- Dê o tranquilizador beijinho de boa noite e saia do quarto. A criança deve aprender a ficar sozinha até adormecer.

E quando as crianças saem da cama a meio da noite tentando ir dormir com os pais?

- Deve dizer à criança, de forma calma e firme, que deve ir para a cama dela de imediato. Se necessário, leve-a até ao quarto, evitando explicações ou conversas. Se a criança voltar a sair da cama dela, os pais devem repetir o mesmo procedimento as vezes que forem necessárias. Em último recurso, fechem a porta do quarto.

- Quando a criança chama à noite da cama dela, por nenhum motivo especial, os pais devem dizer-lhe que deve continuar a dormir. Caso a criança insista, então vá ao quarto dela, não acenda as luzes nem lhe toque, apenas a tranquilize verbalmente. Progressivamente, vá demorando mais tempo até se dirigir ao até lá.

Não se deixe vencer pelo cansaço, pois uma solução imediata ou exceção pode deitar por terra todo o esforço até então, com o risco acrescido de a criança não levar as regras dos pais a sério. A paciência acrescida durante uma ou duas semanas será essencial.

Finalmente, mas não menos importante…

Já reparou que às vezes a criança quando acaba de se deitar pede para brincar com ela, que lhe leia a história ou apenas tenta conversar consigo? Estará a querer atenção? É provável! Mas há forma de evitar isso, se a criança tiver oportunidade diariamente de ter a atenção plena dos pais para brincar com ela após a escola ou depois do jantar, e estiverem estipuladas as regras da ida para a cama.

Boa noite!

Raquel Carvalho
Psicóloga Clínica
Equipa Mindkiddo – Oficina de Psicologia




segunda-feira, 16 de maio de 2016

CONSULTÓRIO: Dicas na hora do castigo!

(Mais uma infografia super útil para os pais, da Oficina de Psicologia.)


A sério? Respire fundo. E (felizmente) não é caso único.

E isso leva-o a recorrer ao castigo? Respire fundo. Não é o fim do mundo.

Ninguém gosta de castigar os filhos, mas a verdade é que muitas vezes esta é uma forma de ajudarmos a criança a desistir de alguns comportamentos desadequados. Para além disto, quando bem utilizado e no momento certo, um castigo pode estar a prevenir muitos castigos e discussões futuras. 

Será que conhece algumas destas dicas para a hora do castigo?
Inês Custódio, Psicóloga Clínica

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